Ela nasceu como um papel colorido de um lado, branco do outro. O lado bonito é o que se mostra para os outros, o branco o que se guarda para si mesmo para que pareça que não exista.
Sofreu muitas marcas, algumas sutis que modelaram o caráter, outras drásticas que pareciam que iam rasgá-la ao meio. E quando parecia que não havia mais para onde ir, que havia se prendido em si mesma, se desdobrou inteira.
Foi incrível ver que dessa vez o lado branco tinha um intricado desenho, formado de linhas em diferentes profundidades. Analisou suas marcas e recalculou sua trajetória, se refez de um jeito completamente diferente. Inverteu pontos de vista, juntou crenças opostas. Ainda não sabe o que vai ser no final, é impossível descobrir. Talvez seja uma peça única, ou para fazer sentido precise de outras. Por enquanto, o importante é continuar dobrando, torcendo para ver o resultado final antes de rasgar.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Origami
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4 comentários:
Não precisa se preocupar tanto com oq vai ser no final, o importante é cada dobra ser dobrada com cuidado para não rasgar e cada marca ser deixada no lado branco, afinal, são essas dobras e marcas que trarão esse resultado final que, apesar de indefinido, com certeza será incrivel e belo como nunca visto.
Um papel. Muitas marcas.
Nem dá para distinguir quais
marcas formaram quais formas...
Até rasgou um pouco...
Nada que uma fita adesiva
adequada não resolvesse...
Mas de uma coisa ele se lembra:
no passado foi dragão,
milimetricamente calculado e
dobrado - uma obra de arte.
Ser dragão era especial.
Mas as dobras eram muito limitantes.
O papel queria saber
o que mais ele podia ser.
E depois de muito
dobrar e desdobrar,
dobrar e desdobrar...
Em formas experimentais...
Em formas abstratas...
Em formas temporárias...
Virou aviãozinho.
Simplesmente simples.
Daqueles que qualquer
criancinha entediada
consegue fazer.
E o papel se vê num dilema.
Ele definitivamente pode ser
bem mais do que aviãozinho.
Muito mais.
Mas se toda sua jornada o levou
a ser aviãozinho...
Por que não aceitar?
Não desistir...
A metamorfose só vai terminar
quando o papel desintegrar.
Mas aceitar.
Ser feliz sendo aviãozinho.
Aprender a aproveitar
a proximidade com
a essência de ser papel.
OMG, q lindo, copia e cola num post novo pra ficar na página principal, vai :D
Nhá... Foi só a minha versão da sua analogia.
Muito boa, aliás. Totalmente aplicável.
E poética. Insightful.
Adoooooooooro. ^^
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