Snack Culture

"Era redondo. Pequeno. Delicioso. E iria mudar o curso da cultura americana. Em 1991, a Nabisco lançou uma de suas maiores - e mais influentes - inovações: o Mini Oreo. Reduzido ao tamanho de uma moeda, o Mini Oreo oferecia uma promessa única e tentadora: consumo constante sem consequências." (Wired)

A miniaturização não é novidade: celulares, ipods e aparelhos eletrônicos de toda espécie ficam menores a cada dia. Uma tendência mais recente é a miniaturização da informação.

Ouvimos podcasts, episódios de áudio de poucos minutos. Assistimos a vídeos do youtube, que não aceita nada mais longo que um curta-metragem. Lemos e-mails e mensagens de sms, ferramentas objetivas por natureza. Postamos em até 140 caracteres no twitter, um microblog. Nos informamos do que acontece no mundo pelo principais jornais, mas não mais abrindo páginas gigantescas no café. Lemos apenas conteúdos selecionados por RSS. Ou ainda, acompanhamos blogs para saber o que é mais relevante no momento e lemos as notícias mais votadas no Digg.

Com a atenção cada vez mais dividida em milhares de fontes de informação, damos prioridade àquelas que entregam o conteúdo em menos tempo. A nossa paciência está acabando. Parar e ler um artigo de 5 páginas? Difícil. Já parar por um post curtinho com uma review inteligente do mesmo artigo, ok. Vivemos uma época de pensamento miojo. Títulos, chamadas, sinopses, frases definitivas. Tudo para tornar a deglutição da informação mais fácil e indolor.

O que me preocupa é que tenho me sentido mais burra. Sinto falta da argumentação construída com cuidado, da surpresa da história que dá voltas e voltas e de repente tudo se encaixa. Dos filmes que são mais que um amontoado frenético de efeitos especiais. Da contemplação de uma bela imagem. De ler um livro várias vezes para encontrar idéias que passaram despercebidas nas outras leituras.

Se tempo é dinheiro, será que optamos pelo melhor custo-benefício?