domingo, 13 de abril de 2008

SAC HSociety: O Amor tem Fim?



Resposta ao post
Perguntas ao Häagen Society

Então, Érica, essa é só uma das perguntas fundamentais do amor. Mas vamos brincar de filosofia, ou pelo menos pensar um pouco no assunto.


1. O Amor.

Na sua forma mais primitiva, o Amor é uma resposta biológica. Precisamos nos multiplicar, é a sobrevivência da espécie, Darwin e os outros podem explicar melhor. Então criamos laços psicológicos com outros seres similares porque assim é mais fácil sobreviver, procriar e defender a prole. Claro que o número de seres envolvidos varia, mas essa é outra discussão.


2. O Amor efêmero.

Eu sigo a linha Schopenhaueriana, segundo a qual nossa existência oscila entre o sofrimento e o tédio, como um pêndulo. Sofremos pela falta de algo, lutamos para conquistá-lo e, quando conseguimos, o sofrimento se converte em tédio. Traduzindo para relacionamentos, é desejar alguém e se cansar dele quando os desafios acabarem. A parte interessante das histórias de guerra (aliás, também pense nessa diferença entre homens e mulheres) sempre acaba na tomada dos espólios, ninguém quer saber do tesouro que foi pra sala com outros tesouros iguais e ficou largado lá. E a verdade é que por mais que se lute contra a rotina no relacionamento, uma hora ela chega de mala e cuia. O que importa é a emoção da conquista, que depois se converte em tédio e impulsiona novas conquistas, em um ciclo eterno.


3. O Amor eterno.

O Amor não é capaz de se sustentar sozinho para sempre. A boa notícia é que outros sentimentos como culpa são capazes de durar uma vida inteira. Sabe aquela história, de que os melhores casamentos são construídos sobre as maiores mentiras?

8 comentários:

Cadu disse...

Azedamente certa.

Grenade en choc disse...

bom, nesse assunto amor eu sou muito suspeita porque eu estou muito envolvida há uns 3 anos! Mas posso dizer o seguinte: se partimos para as considerações existenciais-filosóficas da vida, percebemos que o "amor" seja lá qual for a sua forma traz um sentido para tudo. Veja bem: não sabemos como o universo começou, nem o que irá acontecer depois da morte, mas só a sensação de que alguém pode compreender a "efemeridade da vida e das coisas" com você traz um alento de que afinal há mais significado nessa vida do que o mero ciclo vital nascer, procriar (ou a simulação disso), envelhecer e perecer.

Anônimo disse...

Eu concordo que há diferentes definições para AMOR. Mas acho que pode ser útil simplificar um pouco, e pensar na "relação de amor" como uma INTERAÇÃO.

Seguindo os pontos apresentados:

- como toda interação, o amor gera uma RESPOSTA PSICOLÓGICA / FISIOLÓGICA, que seria o "sentimento amor".

- como toda interação, o amor tem sua DINÂMICA, que pode ser simples ou complexa, equilibrada ou desequilibrada, virtuosa ou viciosa, finita ou infinita, etc.

- como toda interação, o amor não está isolado. Está sujeito a diversas INFLUÊNCIAS, boas ou ruins, internas e externas. Desde uma mudança no modo de ver a vida de uma das partes, até uma catástrofe natural do outro lado do mundo.

E essas são apenas 3 "faces".

Ou seja, definir INTERAÇÃO é tão difícil quanto definir AMOR. Que perda de tempo, então! Mas calma. Quem disse que definir é a solução?

Meu ponto é: AMOR é uma INTERAÇÃO. E todos já interagem desde antes de nascer. Então não se angustie. Confie em si mesmo e vá em frente.

Pelo menos assim tiramos um pouco da pressão que colocamos sobre nós mesmos de lidar com esse tal de AMOR: procurar, encontrar, conquistar, merecer, oferecer, receber, retribuir, equilibrar, cultivar, manter, etc.

Clareie a vista. Disperse a névoa da dor, do ceticismo, da desesperança. Concentre-se em DESENVOLVER sua INTERAÇÃO com o mundo, com os outros, e, principalmente, com você mesmo. De modo positivo e construtivo.

E seja feliz.

Má, Mari, Maricota! disse...

A minha visão de amor, descrita em meu post abaixo, mostra uma visão socrática de amor, onde não precisamos defini-la para ter assim uma explicação sobre seus fatores. Assim, considerá-la uma interação é imprimi-la de uma série de conceitos, como: se é uma interação, ambas as partes se favorecem? Seria um comensalismo, um amensalismo ou um mutualismo? E quanto aos amores platônicos? Seriam eles destituídos de interações? Enfim, creio que a postura que tenho referente ao amor é de um ateísmo ferrenho: não acredito em um belo romance no futuro, ou que vou resolver minha vida ou qqr coisa. A isso some-se o fato de que acho que o amor assim é efêmero. Não, não estou frustrada, muito pelo contrário: isso permite que seja possível entender q qualquer coisa que deve ser feita, dita, amada, deve ser feito agora, pois depois, como Mochi disse, o tédio vem de mala e cúia! E daí acabou-se tudo! Bem, mais uma vez insisto- que seja eterno enquanto dure!

Mochi disse...

Puxa, não tinha visto a repercussão do meu post. Que legal, algumas pessoas realmente estão lendo sem eu pedir.

Lendo tudo isso, concordo com todos os pontos de vista, são válidos...e isso me levou a pensar em outra coisa: o Amor é a nova religião? Acho que merece um post, hein!

Má, Mari, Maricota! disse...

Hum, de acordo com Terry Pratchett, para uma nova religião ter sucesso, ela precisa de uma ideologia impressa em panfletos e um uniforme!

Mochi disse...

Cara, moleza.

Flyer e roupa de balada é o q então?

Má, Mari, Maricota! disse...

Opa, temos uma religião! Aleluia irmãos ! \o/